segunda-feira, 17 de maio de 2010

Colméia delirante

As vezes são vespas
vem e vão, vem e vão.
A cabeça tumultua,
tumultua, tomo tua, tô na tua,
Até que tombo.
Enfim me dou um silêncio

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Vento seco

Vem vento
Vem seco
Veio e me secou

Levou as palavras
Que eram pra ser usadas
Mas secaram sem calor

sábado, 31 de outubro de 2009

Ser Casmurro

Não é ficar se lamentando, ou pensar que a própria vida é pior do que deveria ser, não é ficar procurando defeitos em tudo e todos, ou achar que as coisas têm que ser de outro jeito e não como são. O ser casmurro não é algo assim, e muito menos parecido com o de Machado.

É apenas alguém, ao contrário do que pensam, mais sensível ao que ocorre no mundo, principalmente no seu. É não se contentar em estar em um lugar por estar, ter amigos que abraçam e elogiam na hora de bancar uma cerveja, mas incapazes de perder cinco minutos num papo que não leva a lugar nenhum. É não querer ser um brahmeiro, ou melhor, mais um brasileiro, que encharca todos os dias uma camisa de suor a fim de pagar a quadragésima primeira prestação do "0Km modelo do ano" (agora só falta metade), além do 1/4 de tanque no fim de semana pra sair desfilando numa avenida movimentada com uma tingida, com chapinha, fio dental e marquinha no ombro, só pra causar inveja, com uma batida sonora rachando o porta malas e o tímpano da 'companheira'. Ser casmurro é não bancar o social com a mesma tingida, com chapinha, fio dental e marquinha no ombro durante uma reunião de amigos ou família.

É ir contra a corrente. Ter opinião e liberdade pra opinar. É não calar frente ao que incomoda. Preferir pensar no que diz, ao invés de encher os ouvidos dos outros com a mesma merda que enchem os seus. Se importar realmente com alguns e não fingir que se interessa por todos. Achar que é bom ter momentos solitários para se sentir melhor, e não se cercar de frívolos e perdidos, que não querem se achar, numa balada ao som do último 'putz' 'putz' lançamento mundial. Saber que algumas coisas doem e que outras doem um pouco menos. Rir, sim e bastante, do que é engraçado porque assim o considera e não por convenção do grupo que te cerca. Entender que o mesmo grupo não é o único, que um dia você estará em outro, e que o anterior nem vai se lembrar de seu antigo membro.

Enfim, ser assim, é meio que nadar contra a corrente dessa ressaca de riacho que chamamos de sociedade, e na qual achamos muito importante sermos inseridos. É ter disposição de 'perder' tempo e escrever isso enquanto a maioria dorme, poucos trabalham, pouquíssimos fazem seu carnaval fora de época e os raros se dispõem a ler quatro parágrafos.

Escrito por Sérgio Viana.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Novos ventos

Há um mundo de novas estórias, de contos e dizeres, que vêm nos perturbar.
Há um mundo de sonhos e desejos, detalhes e segredos, e saltos e de medos a nos amedrontar.
No mundo somos misto de espelhos, verdades e outros meios, universos do pesar.
Pois somos sobra do tempo, do novo, velho, e do meio. Do cálice e do pecar.
Em meio a tantas palavras, de verdadeiras farsas, sobram ventos de paz.
E neste universo nobre, de letras, pontos e dotes, é que surge este gritar.

Bem vindo, você leitor, a este universo fantástico que é a ventania de letras e inspiração.
Por todo o corpo, penetrando todos os poros e escorrendo em suor e lágrimas aquela emoção de poeta, triste e tão exato, quanto uma nota musical.